Estrutura do Sistema Musculoesquelético Infantil
O sistema musculoesquelético das crianças é uma verdadeira orquestra em movimento, formada por ossos, articulações, músculos, tendões e ligamentos que estão constantemente crescendo, se adaptando e se fortalecendo. Durante a gestação e os primeiros anos de vida, alterações genéticas ou fatores externos podem gerar malformações congênitas, que impactam a mobilidade, o alinhamento e a função dos membros, exigindo acompanhamento especializado para potencializar o desenvolvimento natural da criança.
Malformações Congênitas
Alguns componentes importantes:
Mãos e pés
Estruturas complexas, sensíveis e essenciais para a interação com o mundo. Podem apresentar malformações como polidactilia, sindactilia ou ectrodactilia, exigindo atenção especial para função e estética.
Ossos
Estruturas que dão forma, suporte e proteção ao corpo. Nos pequenos, o crescimento é dinâmico, influenciado pelas placas de crescimento, e os ossos ainda se fundem com o tempo, criando um corpo em constante transformação.
Músculos e Articulações
Atuam juntos para garantir movimento, equilíbrio e crescimento adequado. Enquanto as articulações permitem a mobilidade, músculos e tendões dão força e estabilidade, favorecendo o desenvolvimento motor e a coordenação.
Detalhes únicos do sistema infantil
Implicações: O sistema musculoesquelético infantil é maleável e moldável, adaptando-se às forças musculares, alinhamento ósseo e pressões do dia a dia. Essas características influenciam o tipo de lesões que podem ocorrer, como fraturas ou deformidades, e determinam o potencial de reparo e recuperação, reforçando a importância de acompanhamento especializado desde cedo.
Malformações Congênitas
Principais Malformações Congênitas
O que é: Deformidade do pé que se apresenta torcido para dentro e para baixo, causada pelo desenvolvimento inadequado de ossos, músculos e tendões, podendo comprometer a marcha e equilíbrio.
Características: é uma deformidade em que o pé se apresenta torcido para dentro e para baixo, com arco plantar elevado (cavo), pé desviado para dentro (aduto), calcanhar inclinado (varo) e ponta do pé voltada para baixo (equino).
Tratamento:
- Método Ponseti: gessos seriados com manipulação gradual;
Tenotomia do tendão de Aquiles, se necessária para corrigir o alinhamento.
Causas: Genética, fatores intrauterinos, doenças neuromusculares e alterações vasculares.
O que é: Desalinhamentos nos joelhos que podem gerar deformidades em arco (varo) ou o chamado “joelho em X” (valgo), afetando postura e distribuição de peso.
Características:
- Genu Varo: joelhos afastados, deslocando o peso para a parte interna;
- Genu Valgo: joelhos próximos, aumentando pressão na parte externa.
Causas: Crescimento natural, genética, traumas, doenças congênitas e excesso de peso.
Tratamento: Observação, fisioterapia para fortalecimento e, em casos selecionados, correção cirúrgica.
O que é: Presença de um ou mais dedos extras nas mãos ou pés, podendo afetar função ou estética.
Tipos:
- Pós-axial: lado do quinto dedo;
- Pré-axial: lado do polegar;
- Central: dedos do meio.
Tratamento: Cirurgia de remoção, indicada quando há comprometimento funcional ou estético.
O que é: Fusão de dois ou mais dedos das mãos ou pés, envolvendo apenas pele ou, em casos mais complexos, ossos.
Tipos: Completa, incompleta, simples, complexa e complexa complicada.
Tratamento: Cirurgia precoce para separar os dedos, preservando função, mobilidade e aparência.
O que é: Ausência ou malformação de um ou mais dedos, formando uma fenda central na mão ou pé, podendo comprometer a função de preensão e marcha.
Tratamento: Cirurgia personalizada, priorizando função do polegar e dos dedos, além da estética.
Causas: Genética (mutação no gene p63) e síndromes associadas, como a Síndrome EEC.
Dr. Guilherme Maretti
A importância de consultar um Ortopedista Pediátrico
A Ortopedia Pediátrica exige conhecimento técnico especializado e atenção ao crescimento e desenvolvimento da criança. Trata-se de uma área complexa, que abrange desde alterações simples até condições desafiadoras, como paralisia cerebral, mielomeningocele, deformidades congênitas e fraturas do esqueleto em crescimento. Por isso, o acompanhamento deve ser feito por um ortopedista com formação específica na área.
Como especialista, dedico minha prática à avaliação, tratamento e acompanhamento de crianças e adolescentes, oferecendo decisões precisas sobre intervenções cirúrgicas ou conservadoras, técnicas corretivas e planejamento individualizado. Um cuidado bem conduzido pode transformar a vida da criança, promovendo mobilidade, conforto, autonomia e participação ativa nas atividades do dia a dia, e isso depende diretamente da escolha do profissional.
Dr. Guilherme Maretti
Como é o meu atendimento?
Desde a primeira consulta, ofereço um atendimento centrado na criança e na família, com tempo adequado para escutar sua história, entender hábitos, sintomas e expectativas, e explicar com clareza todas as possibilidades de tratamento, tanto conservadoras quanto cirúrgicas.
Acredito na medicina baseada em evidências, mas também na importância de uma relação médica transparente, acolhedora e acessível. A decisão por qualquer intervenção nunca é apressada: deve ser tomada com segurança, após avaliação completa do quadro clínico, exames de imagem e análise do impacto no desenvolvimento da criança.
Nos casos com indicação cirúrgica, oriento cada etapa do preparo, explico o que esperar antes e durante o procedimento, e acompanho de perto a recuperação. O acompanhamento contínuo é essencial para garantir resultados efetivos, e estou sempre disponível para orientar a família com responsabilidade e proximidade.
Quando procurar ajuda?
Se você percebe alterações na postura, marcha, mobilidade ou desenvolvimento ortopédico da criança, ou se já recebeu indicação de cirurgia e deseja uma segunda opinião, estou à disposição para avaliar com atenção especializada.
Uma avaliação precisa é fundamental para garantir o cuidado adequado e indicar, com segurança, o melhor momento para qualquer intervenção.
Dúvidas frequentes
Nem sempre. Muitas condições podem ser manejadas com fisioterapia, órteses ou acompanhamento clínico, dependendo do tipo e da gravidade da malformação.
O quanto antes! Intervenções precoces durante o crescimento aumentam a eficácia do tratamento e ajudam a prevenir complicações futuras.
Procedimentos não cirúrgicos são indolores. Quando há cirurgia, utilizamos analgesia adequada e acompanhamento humanizado no pós-operatório para garantir conforto e segurança.
Depende da malformação e do tratamento realizado. O acompanhamento contínuo é fundamental para prevenir recidivas ou identificar alterações precocemente e corrigi-las.